Pedido de vista feito pelo deputado Ulysses Moraes (PSL) travou a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022, prevista para aprovada, em segunda votação, nesta quarta-feira (22). A solicitação foi acompanhada pelos deputados Carlos Avalone (PSDB), Allan Kardec (PDT) e do líder do governo, deputado Dilmar Dal Bosco (DEM), que acabou se irritando com a manobra.
Na tribuna, o democrata afirmou que Ulysses não trouxe nenhuma contribuição para o projeto e não via sentido no pedido de vista do parlamentar. "Eu vou pedir vista em conjunto com o deputado Ulysses até mesmo porque eu trabalhei nessa lei. Eu acho bacana quando o deputado pede vista de uma matéria que ele está interessado, contribui, põe emenda, sugere, assim como o deputado Lúdio Cabral brilhantemente colocou suas emendas. Eu vou pedir em conjunto, até mesmo porque eu não entendo o pedido de vista quando não tem a participação", disparou.
A LDO encaminhada pelo governador Mauro Mendes (DEM) em junho deste ano e prevê um orçamento de R$ 24,368 bilhões para Mato Grosso. Desde então, os deputados da base e da oposição tentam emplacar emendas para modificar o texto original.
Para a segunda votação do projeto, 15 emendas foram apresentadas pelos parlamentares. Contudo, só 7 foram aprovadas na Comissão de Constituição e Justiça e Redação (CCJR). Entre elas está a que eleva o percentual da Revisão Geral Anual (RGA) de 5,05% para 6,05% aos subsídios dos servidores públicos estadual.
Durante a sessão, o deputado Lúdio Cabral (PT) voltou a reiterar as críticas ao projeto. Na opinião do petista, o Estado tem subestimado a própria receita para não conceder um percentual maior de RGA e o aumento salárial aos servidores Estado.
"Mais uma vez o governo subestima a receita do Estado. O Estado arrecadará R$ 4 bilhões a mais do que estava previsto no orçamento e encaminha um projeto de Diretrizes Orçamentárias inferior a aquela que foi realizada no ano anterior", criticou.
Por sua vez, o deputado Wilson Santos (PSDB) saiu em defesa do governo do Estado. No entanto, o apelo do parlamentar não foi suficiente para comover os colegas, que insistiram com o pedido de vista do projeto. "A LDO desse ano é história porque demonstra que o Estado superou a capacidade de investimento próprio, não é um Estado que vive exclusivamente da União e começa a andar com as próprias pernas. O governo fez o dever de casa, está com salários e obras em dia. Em relação ao RGA, parabéns aos deputados que trabalharam para que aumentasse para 6,05%. Se pudesse dobrar seria uma ótimo, mas é possível? Isso que temos que questionou", expressou.
Fonte: gazetadigital
Autor: Allan Mesquita Foto ALMT