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23 de Setembro de 2021

COP26 tem que ser ponto de virada para humanidade, diz Boris Johnson

COP26 tem que ser ponto de virada para humanidade, diz Boris Johnson

Está na hora de o mundo "crescer" e "ouvir os cientistas", afirmou Boris Johnson em discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas. O primeiro ministro britânico definiu a meta da 26ª Conferência sobre as Alterações Climáticas (COP26), que ocorrerá na Escócia daqui a duas semanas, como o ponto de virada na crise ambiental. Ele pediu um esforço global para que o aquecimento do planeta não seja superior a 1,5 grau, por ano. 

COP26

É urgente conter o aquecimento global para menos de 1,5 grau por ano, disse Johnson: "Não estamos falando em deter o aumento das temperaturas - infelizmente é tarde demais para isso -, mas em conter esse crescimento para 1,5 grau. Isso significa que precisamos nos comprometer coletivamente para alcançar a neutralidade de carbono - zero líquido - até a metade do século. E esse será um momento incrível se conseguirmos".

Boris Johnson defendeu que devem ser tomadas medidas urgentes para potencializar o uso das tecnologias com energia verde, tornando-a mais barata e acessível.

Ele também destacou a necessidade do compromisso do presidente norte-americano, Joe Biden, de duplicar o financiamento climático para US$ 11,2 bilhões e garantir que a promessa da China, de interromper o financiamento de centrais termoelétricas no exterior, seja cumprida.

O primeiro-ministro britânico insistiu que mais países devem patrocinar a ajuda para conter as alterações climáticas, a fim de cumprir a meta de US$ 100 bilhões estabelecida há mais de dez anos.

"Unir o mundo para enfrentar as mudanças climáticas" é o lema da 26ª Conferência sobre Alterações Climáticas da ONU, que será realizada na cidade escocesa de Glasgow, entre 31 de outubro a 12 de novembro deste ano.

"O mundo, esta preciosa esfera azul com sua crosta de casca de ovo e um fragmento de atmosfera, não é um brinquedo indestrutível ou uma sala de plástico saltitante contra a qual podemos atirar para o contentamento do nosso coração", disse Boris Johnson a líderes mundiais na 76ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

 "É hora de ouvirmos os avisos dos cientistas - e olhar para a covid-19, se quisermos um exemplo do alerta feito pela comunidade científica, que provou estar certa - e de entender quem somos e o que estamos fazendo".

Johnson advertiu que está na hora de a humanidade "crescer", e comparou o comportamento global a um "impetuoso jovem de 16 anos com idade suficiente para se meter em sérios problemas".

Acrescentou que na adolescência "chegamos a uma idade fatídica em que sabemos mais ou menos como dirigir, como destrancar o armário de bebidas e nos envolver em atividades que são não apenas potencialmente embaraçosas, mas também terminais".

Nessa idade, "acreditamos que outra pessoa vai limpar a desarrumação que fazemos, porque é isso que outra pessoa costuma fazer”, lembra Johnson. Para ele, a adolescência da humanidade está chegando ao fim. "Devemos unir-nos numa maioridade coletiva".

O premiê citou Sófocles para explicar que a natureza humana não é apenas aterrorizante, como o poeta da Antiguidade Grega a caracterizou, mas incrível.

"Somos incríveis no nosso poder de mudar as coisas e incríveis no nosso poder de nos salvar. Nos próximos 40 dias devemos escolher que tipo de incríveis seremos".

"Nós destruímos nossos habitats repetidas vezes, com o raciocínio indutivo de que nos safamos até agora e, portanto, vamos nos safar novamente”, afirmou.

No Twitter, Johnson deixou uma mensagem de esperança e afirmou que a economia verde não tem que ser uma economia pobre.

Fonte: agenciabrasil

Autor: RTP - Nova York