Gastos com medicamentos, que vão de azitromicina a lidocaína, ultrapassam a casa dos R$ 60 mil, segundo dados obtidos via LAI
Azitromicina, diazepam, ibuprofeno, lidocaína, dipirona, benzilpenicilina, entre outros, configuram a lista dos medicamentos comprados pelo presidente Jair Bolsonaro desde que ele assumiu a Presidência da República, em 2019. Os gastos com remédios, que somam mais de 55 mil comprimidos, ultrapassam a casa dos R$ 60 mil.
O ano em que o presidente mais gastou com remédios desde que tomou posse foi 2020: R$ 23.004,07. Em 2021, foram R$ 16.365,80, e, em 2019, R$ 13.346,84. Em 2022, Bolsonaro já gastou R$ 9.107,10 com medicamentos. Os dados foram obtidos via Lei de Acesso à Informação.
Desde 2019, Jair Bolsonaro comprou 55.460 comprimidos de remédios (uma média de 45 por dia). Levantamento aponta que, em 2019, o medicamento mais comprado foi a nimesulida, com dosagem de 100mg, com 900 unidades. No ano seguinte, o mesmo remédio e a mesma quantidade. Em 2021, foi a vez do captopril, com concentração de 25mg, com 2.000 unidades. Neste ano, por sua vez, foi a azitromicina, com dosagem de 500mg, com 900 unidades.
Durante a pandemia, Bolsonaro foi diagnosticado com Covid e informou que se tratou com dois remédios: azitromicina e hidroxicloroquina, ambos comprovadamente sem eficácia contra a doença. Os dados obtidos pela reportagem indicam a compra do primeiro medicamento em 2020, ano da infecção do presidente, e em 2022.
A maioria dos medicamentos comprados por Bolsonaro é para dores de estômago e cabeça e ansiolíticos (tranquilizantes). Os remédios ficam armazenados no Setor de Farmácia e na Sala de Meios da Presidência, onde compõem as maletas médicas para as missões e podem ser utilizados em mais de um exercício financeiro, considerando a sua validade e a prescrição médica para uso.
Podem usufruir dos medicamentos o presidente, vice-presidente e respectivos familiares, bem como os servidores e colaboradores da Presidência, em caso de urgência ou emergência médica. Há também um posto médico, no Palácio do Planalto, onde trabalham sete médicos de diversas especialidades, dois enfermeiros, dentista, fisioterapeuta, psicólogo, nutricionista, radiologista e outros profissionais da saúde.
Em nota, a Secretaria-Geral da Presidência da República afirmou que a aquisição de medicamentos é realizada conforme a necessidade e a duração dos estoques da farmácia. "Portanto, é usual que ocorra a variação de gastos com as compras anuais, que dependem da quantidade adquirida nos anos anteriores, necessidades vigentes, consumo e da validade de cada medicamento", diz.
Fonte: R7
Autor: Plínio Aguiar, do R7, em Brasília