Cumprindo agenda em Cuiabá para participar do Seminário Regional de Etnodesenvolvimento e Sustentabilidade Centro-Oeste, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) , em seu pronunciamento a apoiadores na capital, culpou o movimento de combate à disseminação do coronavírus 'Fica em casa' pela crise econômica enfrentada pelo Brasil atualmente.
Segundo ele, o movimento incentivou o fechamento temporário de estabelecimentos comerciais e pedia aos brasileiros que saíssem o mínimo possível de casa desde o início da pandemia.
"O Brasil tem muitos problemas, a inflação está aí na casa dos 7% e alguns me culpam. Vocês se lembram de março e abril do ano passado, quando havia a campanha 'Fica em casa' e a economia a gente vê depois? E eu falei que devíamos tratar a questão do vírus e do desemprego de forma simultânea, com a mesma responsabilidade e fui massacrado pela grande mídia. Está aí a conta para pagar, querem me culpar agora!", disse o presidente em meio a gritos e aplausos de seu público.
Em críticas ao que chamou de "ditadura branca" dos Tribunais, Bolsonaro alegou certo autoritarismo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) quanto à decisão de proibição de repasse de dinheiro a páginas divulgadoras de conteúdos bolsonaristas e que estão sob investigação por fake news.
Sobre o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente disse não ter em momento algum proferido falas contra a Corte, porém, em abril deste ano, ao falar com eleitores no conhecido "cercadinho" em frente ao Palácio da Alvorada, chegou a dizer que o STF "estuprou" o artigo 5º da Constituição ao se referir sobre a decisão que assegurava o direito de prefeitos e governadores sobre medidas de restrição para a contenção da pandemia de covid-19.
Voto impresso
Ainda durante seu discurso, o presidente voltou a falar sobre o voto impresso e pediu apoio para os votos auditáveis. Bolsonaro alega que houve ataque de hackers dentro do sistema das urnas eletrônicas, no qual segundo ele foi acessado o código-fonte.
Contudo, o código fonte a que ele se refere não passa de um manual de instruções que informa ao computador o que deve ser feito. Esse código pode ser livremente acessado pelo Ministério Público, partidos políticos, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Polícia Federal e outras autoridades competentes, ou seja, o acesso ao código-fonte não pode ser tratado como prova de fraude.
Fonte: gazetadigital
Autor: Tylcéia Tyza Foto João Vieira