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21 de Maio de 2023

Espanha: racistas não toleram o sucesso de um brasileiro negro

Espanha: racistas não toleram o sucesso de um brasileiro negro

O racismo no futebol espanhol é a ignorância impune em estado bruto. O alvo frequente é o jogador Vinicius Júnior, um craque visado por ser negro e, principalmente, por não se submeter à cultura racista da Espanha. Faz gol e dança nas comemorações. A dança é a expressão de alegria que liberta o sentimento de amor ao esporte, a arte do futebol. Para os racistas espanhóis o negro Vinicius Júnior não pode dançar, não pode expressar a alegria do seu futebol. A coisa torta é extensiva à condição de brasileiro. A estupidez dos racistas espanhóis revela também um misto de inveja e xenofobia. Os racistas não admitem que um negro brasileiro faça sucesso e execute uns passos de dança na hora de vibrar com um gol feito. É muito libertador para uma cultura marcada pelo colonialismo. 

 

Neste domingo (21/5) ele foi mais uma vez alvo de ataques racistas, incluindo agressões físicas. Ao final do jogo e dos atos vergonhosos, Vini postou um recado de luta antirracista: vai continuar a luta contra o preconceito ainda que longe, indicando que ele pode deixar o Real Madrid e a Espanha. Jogar em outro país e em outra liga onde o racismo seja tratado como deve: como lixo, como ignorância, sem tolerância com os intolerantes, com punição exemplar para torcedores racistas, para clubes racistas e para jogadores racistas.

 

Para os racistas espanhóis o negro Vinicius Júnior não pode dançar, não pode expressar a alegria do seu futebol

O registro do último ataque racista sofrido pelo jogador brasileiro na matéria da Agência Estado.

 

O brasileiro Vinicius Junior foi mais uma vez vítima de racismo na Espanha. Parte da torcida do Valencia, que enfrentou e venceu o Real Madrid neste domingo por 1 a 0, gritou insultos racistas direcionados ao jogador brasileiro no segundo tempo da partida, que foi paralisada.

 

No Estádio Mestalla, torcedores do Valencia gritaram repetidas vezes "mono" (macaco) em direção a Vini Jr, que mostrou ao árbitro Ricardo de Burgos de onde vinham as ofensas. O juiz, então, decidiu paralisar o jogo.

 

O sistema de som do estádio anunciou a paralisação do duelo devido ao comportamento dos fãs do Valencia e pediu que a torcida desse fim às "manifestações racistas". Houve um novo aviso até que, depois de cerca de oito minutos, a partida foi retomada, com Vini Jr em campo.

 

No fim do confronto, porém, o brasileiro, revoltado e desestabilizado pelos rivais, foi expulso depois de desentender com o atacante Hugo Duro, em quem acertou o braço. Ele levou amarelo, mas após revisão do lance pelo VAR, foi expulso nos acréscimos.

 

São muitos os episódios de racismo contra Vini Jr e poucas as punições da LaLiga, responsável por organizar o Campeonato Espanhol. Recentemente, O brasileiro depôs na Justiça espanhola no âmbito do caso em que foi xingado de "macaco" por um torcedor do Mallorca em fevereiro deste ano.

 

Sem ter pelo o que brigar nesta final de temporada, o Real Madrid entrou em campo com um time misto, tanto que Modric e Kroos só entraram nos minutos finais da partida. Rodrygo foi outro que começou no banco de reservas.

Autor: Pedro Pinto de Oliveira - Com Agência Estado