Na noite do dia 2 de maio a auxiliar administrativa Ana Virgínia Corrêa Gomes viu sua vida ruir. A casa que ela começou a financiar, no residencial Wantuil de Freitas, em Cuiabá, foi incendiada pelo ex-namorado, o motorista de aplicativo e ajudante de pedreiro Ronaldo da Penha, que não aceitou o fim do relacionamento. Com as chamas criminosas, a mulher perdeu tudo e agora pede ajuda para reconstruir a vida ao lado dos 3 filhos.
Após um ano e meio de convivência, Ana Virgínia decidiu romper o relacionamento, por conta das incessantes brigas. No entanto, Ronaldo não aceitou o término. Segundo narra sobre o fatídico dia, ela foi convidada no domingo para o aniversário da filha de uma amiga. Quando chegou à festa, encontrou o ex-namorado lá.
“Não fui com ele lá. Durante esse tempo na festa, ele ficou interagindo com as pessoas. Mas por volta de 21h40, ele me chamou pra ir embora e eu disse que não ia com ele, não tinha porque eu sair com ele. Ele então passou a me ameaçar, dizendo que se eu não fosse embora, ele iria botar fogo na minha casa”, lembra ela.
Após negar, o homem saiu da festa. Passados 10 minutos, ele retornou e começou a feri-la nas costas, com a ponta da chave do carro. Assustada, Ana correu para dentro da casa da amiga e se escondeu na despensa.
Porém, Ronaldo a encontrou e jogou uma garrafa de cerveja no rosto da mulher. “Cortou a mão dele e cortou meu rosto. O pessoal o colocou pra fora, ele saiu ameaçado todo mundo, saiu arrancando com o carro, quase atropelou a pessoas, disse que era do Comando [Vermelho]”, relembra.
Assim que Ronaldo foi embora, os amigos de Ana começaram a acalmá-la. No entanto, ela recebeu a trágica ligação em seguida: vizinhos disseram que a casa dela estava pegando fogo.
A casa de Ana ficava no bairro próximo e quando chegou na esquina, já pode ver o imóvel em chamas. Vizinhos estavam na calçada, tentando apagar o fogo. Ainda de acordo com ela, o ex-namorado também estava na esquina, observando tudo.
“Ele colocou fogo nos quartos, tanto que na parte dos fundos não pegou fogo. Durante esse momento que estavam os bombeiros e a polícia, ele estava na esquina olhando. Frio mesmo, porque foi ter certeza que pegou fogo”, detalha.
Ana registrou boletim de ocorrência e fez exame de corpo delito. Contudo, até o momento Ronaldo não foi localizado. Ela procurou novamente a polícia, que respondeu que não tem novidades no andamento da localização.
Com medo e o psicológico abalado, Ana deixou o emprego. Ela tem 3 filhos e perdeu absolutamente tudo na casa: documentos, fotos, materiais de uma vida inteira. O seu filho mais velho, inclusive, mora no Rio de Janeiro, e a mãe construiu um quarto especial somente para recebê-lo.
“Tem 3 meses que fizemos esse quarto, que era pra quando ele viesse pra Cuiabá. Ele tinha R$ 1.500 em livros. E foi tudo: documento, roupas, certidão de nascimento”.
A casa é financiada e faltavam 4 anos para quitar os pagamentos. “Vamos começar do zero, não tenho nada. Falta 4 anos pra terminar de pagar a casa, provalvemente não vou conseguir com a Caixa Econômica. Me disseram para ir atrás da possibilidade do seguro cobrir, mas por ter sido um incêndio doloso, não sabemos se vamos conseguir”, lamenta.
A família começou uma campanha para arcar com as novas despesas e se reerguer novamente. Quem quiser ajudar, pode fazer uma doação de qualquer valor no Pix anavirginiacorreagomes09@gmail.com.
Fonte: gazetadigital
Autor: Vitória Lopes Foto Reprodução