Justiça nega prisão domiciliar ao administrador Carlos Alberto Gomes Bezerra, 57, denunciado pelo feminicídio da servidora do judiciário Thays Machado, 44, e assassinato do namorado dela, Willian César Moreno, 30. A juíza Ana Graziela Vaz de Campos Alves Corrêa baseou sua decisão em laudos de médicos que atendem Bezerra dentro do sistema prisional e de profissionais que já o acompanhavam antes de ser preso em flagrante no dia 18 de janeiro, horas depois da dupla execução.
A defesa alegou que o preso é portador de Diabetes Mellitus tipo 2, hipertensão arterial sistêmica e neuropatia periférica. Destaca que necessita da inserção de insulina e outras medicações controladas, além de alimentação balanceada. O advogado Francisco Faiad argumentou que o cliente apresenta dor em ombro direito e redução da acuidade visual.
Narra que desde o seu ingresso no sistema carcerário, houve piora em seu estado de saúde físico e mental e que o sistema não possui estrutura suficiente para atender suas necessidades. O promotor de Justiça, Jaime Romaquelli, deu parecer contrário ao pedido.
De acordo com a magistrada, apesar de argumentar que a unidade prisional não lhe fornece o tratamento adequado, relatórios apontam que o preso, recluso a 222 dias, apresenta resistência ao uso correto de medicamentos e dieta, o que demonstra estar ele recebendo os medicamentos e dieta adequados. Mas se recusa a seguir corretamente o que lhe é prescrito.
A juíza entende que não há o que se falar de deficiência estrutural na unidade prisional em relação à saúde primária. Em relação ao atendimento secundário e terciário, diz que pode ser prestado caso o médico da unidade prisional constate necessidade. A defesa de Carlos Bezerra também alegou que a liberdade do cliente era necessária para ele prover os cuidados com a mãe dele, idosa de 79 anos.
A juíza disse que quanto a essa alegação, de que o segregado é quem promove os cuidados de sua genitora, constata-se que a mesma possui outros filhos e é maior e plenamente capaz. Lembra que o próprio Bezerra afirmou ao médico que a genitora quem faz as atividades domésticas dela, tendo colaboradores sazonais, não estando ela desassistida.
Fonte: gazetadigital
Autor: Silvana Ribas Foto Rodrigo Costa