Suellen Alencastro, 40, mãe da jovem Heloysa Maria Alencastro, 16, assassinada na terça-feira (22), em Cuiabá, está hospitalizada. Segundo a família, a mulher está ‘profundamente abalada’ e precisa se recuperar, também, das agressões sofridas no dia do crime.
Corpo de Heloysa foi sepultado nesta quinta-feira (24) sob forte comoção. A mãe participou da despedida, utilizava uma cadeia de rodas e foi acolhida por familiares e amigos. “Suellen está hospitalizada, recuperando-se das agressões sofridas no mesmo crime e profundamente abalada. Ela não tem condições de prestar esclarecimentos”, diz trecho da nota divulgada pela defesa da vítima.
No dia do crime, Suellen chegou em casa com a prima, uma mulher de 42 ano, e com a neta dela, uma criança de dois anos. Já foram rendidas pelos suspeitos. A mãe de Heloysa foi brutalmente agredida com socos e chutes. Perícia apontou que ela tem escoriações e hematomas pelo corpo, além de edemas severos nos dois lados da face.
Família também classificou como infundadas as declarações de que Suellen tenha mandado matar Heloysa por, supostamente, ser uma jovem homossexual. “As confissões gravadas, já divulgadas pela imprensa, são claras. A tentativa de alterar os depoimentos é uma estratégia defensiva para criar dúvidas”.
Crime
Conforme divulgado pela reportagem, equipe do Batalhão de Operação Especiais (BOPE) foi acionada por volta das 18h, no dia 22 de abril, para uma ocorrência envolvendo reféns em uma casa do bairro Morada do Ouro.
Quando a equipe chegou, foi comunicada que uma vítima de 16 anos foi levada da casa pelos criminosos em um HB20 branco, placas QNL8763, tomado de roubo no local. As equipes das inteligências do 10º e 3º batalhões se mobilizaram.
Com base nas imagens das câmeras de segurança do programa VigiaMais MT, as equipes descobriram que o veículo foi em direção aos condomínios que estão sendo construídos na região do Ribeirão do Lipa.
Em buscas no local, a polícia encontrou as placas do veículo roubado caídas. Ainda na mata, um lençol foi encontrado na frente de um poço. Dentro, quando os policiais olharam, já encontraram o corpo de uma jovem, sem sinais vitais e com as mãos e pernas amarradas.
Corpo de Bombeiros foi acionado para o resgate. Logo em seguida, foi feita a confirmação de que se tratava do corpo de Heloysa. Cena foi isolada para os trabalhos da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e Perícia Oficial (Politec).
Jovens encontrados
Logo após o corpo da menina ter sido encontrado, equipes da Segurança Pública atuavam na ocorrência e receberam informações sobre a localização dos suspeitos, que seria no mesmo bairro.
Equipe Bravo, do Batalhão de Operações Especiais (Bope), foi até o local e, quando entrou na casa, flagraram dois suspeitos fugindo pelo telhado. Um deles, de 17 anos, foi apreendido.
Ainda em diligências, o suspeito de 18 anos foi encontrado na casa da avó. Ele foi preso e ainda indicou onde o HB20 roubado da família de Heloysa estava. Afirmaram ainda que o crime teve motivação passional.
O rapaz de 17 anos, ao ser preso, confessou participação e afirmou que o crime foi tramado por Benedito e pelo filho. Benedito era namorado da mãe da vítima e estava com a mulher na UPA. Ele foi preso no local.
Um adolescente de 16 anos, também apontado como participante do crime, foi localizado na tarde de quarta-feira (23), em uma área de mata de Cuiabá. Ele foi apreendido e levado para a delegacia.
Nota da família
"A defesa e a família de Suellen, mãe de Heloysa Maria, brutalmente assassinada em 22/04/2025, informam que não se manifestarão publicamente no momento. Suellen está hospitalizada, recuperando-se das agressões sofridas no mesmo crime e profundamente abalada. Ela não tem condições de prestar esclarecimentos.
Sobre a acusação infundada de que Suellen teria mandado matar a filha por ser supostamente homoafetiva, as confissões gravadas do réu e de seu filho, já divulgadas pela imprensa, são claras. A tentativa de alterar os depoimentos é uma estratégia defensiva para criar dúvidas.
A família confia no trabalho da Polícia Civil, da POLITEC e da Segurança Pública, que investigam o crime com responsabilidade.
Pedimos que aguardem a conclusão do inquérito, evitando especulações que amplificam a dor da família.
Cuiabá, 24 de abril de 2025
Renata Cristaldo da Silva Alencastro Advogada da família".
Fonte: agenciabrasil
Autor: Yuri Ramires Foto Reprodução