O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva citou a fila dos ossinhos do bairro CPA 2, em Cuiabá, ao criticar o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em um vídeo publicado nas redes sociais, neste segunda-feira (6). O petista também fez duros apontamos a postura do chefe da República, especialmente as manifestações organizadas pelos grupos de Direita neste dia 7 de setembro.
Na gravação de 5 minutos, o ex-presidente afirma que o povo brasileiro esperava uma palavra de solidariedade às famílias afetadas pela pandemia e o anúncio de programas de governo para dar "o mínimo de dignidade para quem está na fila do osso".
"Era de se esperar que apresentasse medidas para abaixar os preços dos alimentos e garantir o mínimo de dignidade de quem está na fila do osso. Mas ao invés de anunciar soluções para o país, o que ele faz e fez nesse dia, foi chamar as pessoas para a confrontação", expressou.
O comentário do ex-presidente foi em relação as enormes filas de pessoas carentes indo pegar ossinhos doados por um açougue no CPA 2, que ganhou repercussão nacional em julho deste ano. Na ocasião, o estabelecimento informou que há mais de dez anos as doações de ossos são realizadas para os moradores sem renda da região, mas a fila aumentou com a pandemia.
Nesse contexto, Lula também criticou o alta no valor dos alimentos e do combustível, que já chega a ser cobrado a quase R$ 7 em Mato Grosso e outras regiões do pais.
"Neste 7 de setembro de um ano tão difícil, era de se esperar um gesto assim de quem está governando o país. Que ele desse uma palavra de solidariedade às famílias vítimas da pandemia e viesse anunciar um plano para garantir a vacina para todos, pondo um fim a essa angústia que a população está vivendo. Era de se esperar dele um plano para se gerar empregos, que desse um alento aos trabalhadores, que voltasse a dizer que a Petrobras ia voltar a vender a gasolina pelo preço real, não pelo valor do dólar", disparou.
No pronunciamento, Lula afirma ainda que o caminho de prosperidade passa por investimentos sólidos em programas que incluam a população mais vulnerável no orçamento federal. Além disso, é necessário uma reforma tributária mais justa com que ganha menos e equilibrada para os mais ricos.
“A fome, a pobreza, o desemprego e a desigualdade não são mandamentos divinos, são resultado de erros que nós podemos e devemos corrigir, para mudar essa situação. Mudar com coragem, com confiança na nossa gente e com democracia sempre”, clamou.
Fonte: gazetadigital
Autor: Allan Mesquita Foto Reprodução
