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06 de Junho de 2024

Para impedir liderança de dentro da PCE, juiz manda chefe de esquema e testa de ferro para o Raio 8

Para impedir liderança de dentro da PCE, juiz manda chefe de esquema e testa de ferro para o Raio 8

Na decisão em que autorizou a Operação Ragnatela, da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO-MT), o juiz João Francisco Campos de Almeida, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), determinou que Joadir Alves Gonçalves, um dos líderes da facção criminosa Comando Vermelho e responsável pelo esquema da compra de casas noturnas, e Wilian Aparecido da Costa Pereira, que seria “testa de ferro” de Joarid, fiquem presos no Raio 8 da Penitenciária Central do Estado (PCE), que possuo mais restrições. O intuito é impedir que continuem a liderar o bando de dentro do presídio.

 

Joadir e Wilian foram dois dos alvos que tiveram a prisão preventiva decretada. De acordo com os autos, Joadir Alves Gonçalves, vulgo “Jogador”, recebia o dinheiro de integrantes da parte operacional da fação e investia os recursos na aquisição de casas noturnas, assim como realização de show e eventos.

 

Jogador é considerado um dos principais membros da facção que estava em liberdade. Os ganhos que ele recolhia eram obtidos com a venda de drogas e outros pagamentos de valores (como da “lojinha”) em bairros de Cuiabá e Várzea Grande.

 

Já Wilian Aparecido da Costa Pereira, vulgo “Gordão”, seriam um “testa de ferro” de Joadir. O dinheiro recolhido por Jogador era entregue a Wilian, que então repassava para os operadores e promotores de eventos para custearem parte dos shows no Dallas Bar e outras casas noturnas.

 

O Dallas Bar, inclusive, foi colocado no nome de Wilian. Ele também utilizava a pessoa jurídica da empresa W A DA COSTA PEREIRA (EXPRESSO LAVA CAR). As investigações apontaram que ele era a peça principal que ligava Joadir aos eventos, além de ser responsável por pagar outras despesas de Jogador. Com base nessas informações o juiz determinou que eles permaneçam presos no Raio 8.

 

“Considerando a posição hierárquica destacada na facção criminosa Comando Vermelho, visando impedir que esses membros continuem exercendo liderança do interior do estabelecimento prisional - como de sói tem ocorrido – autorizo, desde que haja disponibilidade de vaga [...], a alocação destes representados no raio 8 da PCE, local com mais restrições na comunicação, o que dificulta a continuidade delitiva”, justificou.

 

Operação Ragnatela

A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (FICCO/MT) prendeu na manhã de quarta-feira (5) um total de 8 pessoas e cumpriu 36 mandados de busca e apreensão em Mato Grosso e no Rio de Janeiro contra membros do Comando Vermelho que usavam casas noturnas em Cuiabá para lavar dinheiro do crime.

 

Ao todo, cerca de 400 policiais cumpre as ordens de prisão e de busca e apreensão. Há ainda sequestro de imóveis e veículos, bloqueio de contas bancárias, afastamento de servidores de cargos públicos e suspensão de atividades comerciais. As ordens judiciais foram expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais da Comarca de Cuiabá.

 

As investigações apontaram, por exemplo, que os criminosos que participavam da gestão das casas noturnas em Cuiabá utilizavam a estrutura para fazer show de cantores conhecidos, custeados pela facção criminosa em conjunto com um grupo de promoters.

 

Os acusados repassavam ordens para não que não fossem contratados alguns artistas de outros estados, com influência em outras organizações criminosas rivais, sob pena de represálias da facção.

Fonte: gazetadigital

Autor: Vinicius Mendes