O secretário de Estado de Segurança Pública (Sesp), Alexandre Bustamante, rechaçou as acusações já feitas pelo prefeito afastado Emanuel Pinheiro (MDB) de que esteja sofrendo “perseguição” ou as insinuações de que haja dedo do governador Mauro Mendes (DEM) nas açõe deflagradas contra a sua gestão.
Emanuel foi afastado do cargo durante a Operação Capistrum, deflagrada na semana passada pelo Ministério Público Estadual em conjunto com a Polícia Civil.
As investigações apontam esquema na Saúde de Cuiabá com apadrinhamento de indicações políticas em troca de apoio, além de pagamento irregular de prêmio saúde, causando prejuízo estimado ao erário de R$ 16 milhões.
Acredito que o governador, por mais influência que tenha, não consegue interferir no Ministério Público Federal ou Estadual, na Polícia Federal e na Justiça Federal e Estadual, disse.
Bustamante ressaltou, ainda, que a pasta da Segurança Pública é de Governo, não subserviente a uma gestão, e que seguirá atuando à frente dela de forma técnica.
Independentemente do CPF da pessoa, de quem seja ela, nós vamos trabalhar. E nós já demonstramos isso diversas vezes aqui, desde a gestão minha passada até hoje, disse.
Segundo o secretário, todas as vezes que as operações envolvem políticos, há problema ou indagação por parte dos alvos. No caso do prefeito, que disse já ter feito denúncias sobre uma possível perseguição, Bustamante afirmou que resta aguardar a conclusão das investigações.
Enquanto eu tiver na pasta da Secretaria de Segurança Pública a pasta vai ser tratada tecnicamente, da forma como está. Vamos aguardar as denúncias dele e ver como serão apuradas, afirmou.
Esquema na Saúde
Além de Emanuel, também foram afastados do cargo a secretária-adjunta de Governo e Assuntos Estratégicos, Ivone de Souza, e o chefe de Gabinete do prefeito, Antônio Monreal Neto – este último ainda foi preso, mas já liberado com uso de tornozeleira.
Também foram alvos da operação a primeira-dama Márcia Pinheiro e o ex-coordenador de Gestão de Pessoas da Secretaria Municipal de Saúde, Ricardo Aparecido Ribeiro.
Todos foram alvos de mandados de busca e apreensão e também tiveram o sequestro de bens decretado até o montante de R$ 16 milhões.
O Ministério Público Estadual diz que Emanuel e os demais estariam envolvidos em crimes de formação de organização criminosa, prevaricação e obstrução da Justiça.
Nesta quarta-feira (27), uma nova decisão da Justiça Estadual afastou o prefeito do cargo por 90 dias, atendendo a um pedido liminar feito pelo MPE no âmbito de uma ação civil pública por improbidade administrativa.
Fonte: midianews
Autor: LISLAINE DOS ANJOS DA REDAÇÃO Foto Michel Alvim/Secom-MT