O inquérito policial que investigava a morte do advogado Roberto Zampieri, concluído pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) nesta terça-feira (9), aponta que o produtor rural Aníbal Manoel Laurindo temia perder suas terras por suspeitar de uma “proximidade” entre a vítima e um desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Os irmãos Florindo chegaram a pedir afastamento do magistrado em uma ação.
Os esclarecimentos foram feitos pelo delegado Nilson Farias, responsável pelas investigações, durante coletiva à imprensa, na manhã desta terça-feira (9), na sede da DHPP, em Cuiabá.
“O mandante (Aníbal) acreditava que existia uma proximidade do advogado Roberto Zampieri com um desembargador. Essa é a motivação. Agora, em relação a eventual investigação desse caso, cabe ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que inclusive já pediu os celulares, análise de celular, para fazer a investigação devida. Mas, em relação ao homicídio, figurou como motivação”, explicou o delegado Nilson Farias.
Segundo as investigações, Aníbal temia perder suas terras, uma vez que o irmão, José Vanderlei Laurindo, já havia perdido uma das fazendas em ação judicial. O produtor rural movia uma ação na Justiça pela posse de uma propriedade com mais de 4 mil hectares. A decisão para desocupação sobre terceiros atingiu a fazenda do mandante, que foi incorporada a do irmão no processo.
Aníbal chegou a pedir a suspeição do desembargador na ação, mas o requerimento foi negado, assim como a posse definitiva da área.
O caso
Roberto Zampieri tinha 56 anos e foi assassinado na noite do dia 05 de dezembro, na frente de seu escritório localizado no bairro Bosque da Saúde, na capital. A vítima estava em uma picape Fiat Toro quando foi atingida pelo executor com diversos disparos de arma de fogo. O executor foi preso na cidade de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte (MG).
O mandado de prisão de Antônio Gomes da Silva foi cumprido pela Delegacia de Homicídios da capital mineira em apoio à Polícia Civil de Mato Grosso, ele foi o autor dos tiros.
No dia 22, Hedilerson Fialho Martins Barbosa, membro do Exército e instrutor de tiro, foi apontado como o responsável por contratar o executor e entregar a arma de fogo. Ele era o dono da pistola usada no assassinato.
Coronel do Exército, Etevaldo Luiz Cacadini de Vargas, foi preso no dia manhã de janeiro, em Belo Horizonte (MG), acusado de ser o financiador e intermediário do crime.
Fonte: gazetadigital
Autor: Gabriel Duenhas - Especial para o GD FOTO Gabriel Duenhas