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23 de Junho de 2023

Quadrilha que causou R$ 1,7 bi em prejuízo ambiental é alvo de operação

Quadrilha que causou R$ 1,7 bi em prejuízo ambiental é alvo de operação

O prejuízo proveniente da evasão/destruição de recursos florestais somado à degradação ambiental dentro do Parque Indígena do Xingu.

A Polícia Federal concluiu nessa sexta-feira (23.06) a Operação Prepori, contra uma organização criminosa composta por madeireiros e alguns líderes indígenas, que atuavam em um esquema de desmatamento ilegal, corte seletivo e furto, no Parque Indígena do Xingu (PIX), região dos municípios de Feliz Natal, Nova Ubiratã e União do Sul.

 

Segundo a PF, a operação surgiu a partir de inúmeras denúncias de extração ilegal de madeira na região do Entre Rios, em Nova Ubiratã. Os integrantes da organização criminosa estariam auferindo grandes lucros com a atividade ilegal e impondo silêncio à maioria indígena descontente. A ação no território indígena também é uma reivindicação dos próprios caciques e lideranças dos 16 povos indígenas do PIX, conforme Carta da 8ª Governança Geral do Território Indígena do Xingu – GGTIX.

 

Peritos da Polícia Federal elaboraram laudos constatando em imagens de satélite a ocorrência de grande número de clareiras de extração recente de madeira em uma área degradada total de cerca de 7,8 mil hectares. Segundo a PF, a madeira equivale a cerca de R$ 170 milhões. 

 

Além disso, também foram constatadas áreas de extensão equivalente com cicatrizes de queimadas, que também possuíam índicos de exploração ilegal de madeira. O prejuízo proveniente da evasão/destruição de recursos florestais somado à degradação ambiental dentro da terra indígena foi valorado em cerca de R$ 1,7 bilhão.

 

Equipes fizeram infiltrações por terra e ar em pontos específicos das terras indígenas indicados por análise de imagens de satélite de altíssima resolução do programa Brasil M.A.I.S. da Polícia Federal e constataram grande número de esplanadas de madeira com grande volume de toras recém abatidas, pátios de desdobramento de lascas e palanques feitos de essências florestais de grande valor como Itaúba, Morcegueira, Cambará e Angico. Durante a Operação foram destruídos tratores, maquinários um caminhão toreiro. 

 

Os dados, imagens e trilhas mapeadas integrarão um dossiê sobre a degradação do vale do alto Rio Xingu que reforçará inquérito policial a fim de agregar provas e solicitar a prisão dos autores, bem como a perda de seus bens. Após a ação policial e administrativa no Parque Indígena, as investigações prosseguirão para responsabilizar os financiadores e demais envolvidos na extração ilegal de madeira no território indígena, ação criminosa que provoca grandes danos ao meio ambiente e à população indígena da região, além do desequilíbrio no mercado financeiro.

 

Mais de 90 agentes da Polícia Federal e do Ibama participaram da operação, que contou com   ainda com o apoio Funai, técnicos em comunicação do Siospe/MT e do Exército Brasileiro. Foram utilizadas duas aeronaves do Ibama e uma do Ciopaer.

 

O nome dado à Operação se refere ao Cacique da etnia Kayabi que teve atuação destacada e decisiva na pacificação e consolidação da comunidade de povos do Parque Indígena do Xingu.

Fonte: pnbonline

Autor: Da Redação Com Assessoria Foto Assessoria PF