Polícia Civil de Jaciara (144 km ao Sul de Cuiabá) prendeu nesta sexta-feira (2), Gabriel Pires de Moraes, 21, apontado como autor crime que vitimou Soniamar Martins Muniz, 57. O corpo dela foi encontrado carbonizado dentro do quarto do apartamento em que ela morava. O suspeito foi flagrado por câmeras de segurança deixando o local. Ele foi autuado por latrocínio – roubo seguido de morte.
Inicialmente, o caso foi tratado como um acidente e chegou a ser divulgado pelo . Na madrugada de sexta-feira, o Corpo de Bombeiros foi acionado para um incêndio dentro de um apartamento no Centro da cidade.
Foram duas horas de combate às chamas, quando o corpo de Soniamar foi encontrado carbonizado dentro do quarto. Alguns fatos chamaram a atenção das equipes. O quarto dela estava todo revirado e ela estava caída no chão.
Além disso, o celular dela não foi encontrado no local, nem mesmo o seu cartão de crédito. Durante toda a madrugada, o celular deu sinal de que estava ligado, ficando ‘off-line’ só por volta das 7h.
Para os peritos da Perícia Oficial (Politec) e da Polícia Civil, já havia indícios de que o incêndio foi criminoso – na casa não havia objetos inflamáveis e o quarto da vítima estava trancado sem chaves – sendo indicado que foi trancado por outra pessoa.
Câmeras apontam o suspeito
Em análise das imagens de câmeras instaladas pela vizinhança, foi possível ver Gabriel chegando no local por volta das 22h de quinta-feira (1). Ele e a vítima já se conheciam e chegaram a ficar, mas não mantinham um relacionamento.
As imagens mostram ainda que ele deixa a casa por volta da 1h da madrugada de sexta, instantes do início do incêndio. Gabriel foi encontrado em sua casa, onde confirmou que esteve com a vítima e que ‘ganhou presentes dela’.
Policiais encontraram o celular de Soniamar, bem como o notebook e um Ipad. Também localizaram o cartão de crédito da vítima e o documento de identidade. Ele negou o crime durante o interrogatório feito pela delegada Anna Paula Marien.
Para a equipe da polícia e da perícia, ele tentou simular um suicídio da vítima, usando ainda o celular dela para enviar mensagens à filha com teor de que atentaria contra a própria vida.
“Ficou claro que ele tentou burlar toda situação para parecer um suicídio e apesar de negar os fatos, durante interrogatório, ele tentou frisar o estado anímico da vítima, dizendo que ela estava muito triste, chorosa, dando indicativos de que ela estava propensa a prática do suicídio”, disse a delegada.
A delegada explica ainda que o caso não é de feminicídio, já que o suspeito tinha objetivo apenas de roubar a vítima. “Não havia situação íntima de afeto duradoura caracterizada entre as partes, nem briga, ciúmes ou motivação passional”, finalizou.
A Polícia aguarda o laudo de necropsia, que poderá esclarecer como ocorreram os fatos, mas os indicativos são que ele tenha agredido/matado a vítima antes de colocar fogo no apartamento. A perícia também apontará o material utilizado para causar o incêndio, que tomou proporções muito grandes em pouco tempo.
Fonte: gazetadigital
Autor: Yuri Ramires Foto Reprodução