O juiz Murilo Moura Mesquita, da 8ª Vara Criminal de Cuiabá, determinou que o empresário Marcelo Cestari e sua esposa, Gaby Soares de Oliveira Cestari, entreguem todas as armas de fogo e apetrechos de recarregamento de munição que possuem.
O magistrado também suspendeu a autorização do casal para a prática de tiros, caça e coleção de armas. A autorização já estava suspensa de forma provisória pelo Exército Brasileiro.
A decisão é desta quinta-feira (11) e atende um pedido do Ministério Público Estadual.
Marcelo e Gaby Cestari são pais da adolescente que atirou e matou a amiga Isabele Guimarães Ramos, em julho do ano passado, em Cuiabá.
Deste modo, a considerar o resultado morte atribuído à suposta negligência dos réus, mostram-se adequadas e suficientes as medidas cautelares diversas da prisão
A menor foi condenada a 3 anos de internação por ato infracional análogo ao crime de homicídio doloso, quando há intenção de matar. Ela está internada no Complexo Pomeri, em Cuiabá, desde o dia 19 de janeiro.
O casal responde um processo separado do caso e foi denunciado pelos crimes de homicídio culposo, entrega de arma de fogo a menor, fraude processual e corrupção de menores. Já Marcelo Cestari vai responder sozinho por posse ilegal de arma de fogo.
No pedido, o MPE afirmou que o casal sempre agiu de forma totalmente "desidiosa" e "violadora" de seus deveres como caçadores, atiradores e colecionadores de armas.
Consta no pedido que o casal possue diversas armas e pessoas menores de idade teriam acesso fácil às mesmas.
"Não se pode olvidar, ademais, que todo o traquejo e conhecimento dos réus a respeito do manuseio de armas de fogo, ao que parece, não foi suficiente para evitar os fatos anunciados na exordial acusatória", disse o magistrado.
“Deste modo, a considerar o resultado morte atribuído à suposta negligência dos réus, mostram-se adequadas e suficientes as medidas cautelares diversas da prisão, até mesmo como forma de preservar a integridade física dos seus filhos”, determinou o juiz.
O caso
O crime ocorreu no dia 12 de julho de 2020, no Condomínio Alphaville.
A tragédia aconteceu quando o pai da atiradora, o empresário Marcelo Cestari, pediu que a filha guardasse uma arma que foi trazida pelo genro, de 17 anos, no quarto principal no andar de cima.
No caminho, porém, a garota desviou e seguiu em direção ao banheiro de seu quarto, ainda carregando a arma. Lá, ela encontrou Isabele, que acabou sendo atingida pelo disparo da arma.
A Politec apontou que a adolescente estava com a arma apontada para o rosto da vítima, entre 20 a 30 centímetros de distância, e a 1,44 m de altura.
O ex-namorado dela também foi condenado a prestar seis meses de serviços comunitários por ato infracional análogo ao porte ilegal de arma de fogo.
Fonte: midianews
Autor: THAIZA ASSUNÇÃO DA REDAÇÃO