O Coronel da Polícia Militar César Augusto de Camargo Roveri, 42, acusado de difamar e expor intimidades da ex-companheira, J.C.S., 32, que é Capitã da PM, foi promovido ao cargo de Secretário Adjunto do Gabinete Militar da Governadoria do Estado para atuar na Comissão de Direção Geral e Assessoramento. O caso está gerando grande repercussão e o Conselho Estadual de Direitos da Mulher (CEDM-MT) se manifestou contra a nomeação em ofício protocolado na governadoria.
Nomeação do coronel foi publicado no Diário Oficial do Estado da última quarta-feira (17), mesmo dia em que a ex de César, J.C.S., registrou um boletim de ocorrência na delegacia de defesa da mulher o acusando pelos crimes de injúria e difamação. A nomeação foi assinada do governador Mauro Mendes (DEM), e pelo secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho Júnior.
No registro da ocorrência , J.C.S. contou que foi vítima de agressões verbais ono final do relacionamento dos dois e que descobriu que estava sendo difamada publicamente pelo coronel, que também estava expondo a intimidade da vítima.
Dentre as acusações proferidas, está a de que o coronel a oferecia para os superiores dele com o intuito de ser promovido mais facilmente. Disse também que a ex-companheira era uma “mulher fácil”.
Ela relatou ainda ainda que ele dizia que "qualquer um que chegasse conseguiria ficar com ela", além de expor a intimidade dela publicamente para colegas de trabalho. O Caso foi levado à Corregedoria da PM.
Em nota, a PM informou que vai analisar o conteúdo da denúncia com imparcialidade. Afirmou ainda que repudia assédio, violência e desrespeito aos direitos da mulher. Leia a nota na íntegra no final da matéria.
Contra a noemação
Após tomar conhecimento do caso, o Conselho de Direitos da Mulher de Mato Grosso (CEDM-MT), encaminhou ofício ao governador Mauro Mendes, na sexta-feira (19), manifestando-se contrário à nomeação de um acusado por crimes de violência contra a mulher para ocupar cargo de confiança.
“Vimos nos manifestar pelo entendimento que a presença de servidores públicos sob investigação por crimes contra a mulher em cargos de confiança não representa a vontade das mulheres de Mato Grosso, não estando ao encontro do enfrentamento à violência contra as mulheres”, diz trecho do ofício.
Mais adiante, a manifestação do conselho solicita que o chefe do executivo estadual revise a nomeação. “Pelo exposto, e porque acreditamos em vossa postura no combate à violência contra as mulheres, bem como da 1ª Dama, sra. Virginia Mendes, é o presente para rogar que o citado ato seja revisto por Vossa Excelência”, finaliza.
O Governo de Mato Grosso não se manifestou sobre o caso.
Leia a nota da PM
“A Corregedoria-Geral da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso informa que tomou conhecimento hoje (17.03), por meio de um veiculo de comunicação, da denúncia formalizada em desfavor de um de seus membros junto à Delegacia de Polícia Civil Especializada de Defesa da Mulher. Adianta que irá analisar o seu conteúdo com imparcialidade, a fim de apuração dos fatos no que tange à legislação castrense.
A Corregedoria destaca, ainda, que a Polícia Militar não compactua e repudia toda e qualquer forma de assédio, violência, violação e desrespeito aos direitos a integridade física e psicológica da mulher e de qualquer cidadão, tanto no âmbito interno quanto externo à Instituição”.
Fonte: gazetadigital
Autor: Rodrigo Costa - Especial para o GD FOTO Chico Ferreira