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27 de Fevereiro de 2025

Deputados criticam projeto contra Carnaval; Muito radical

Deputados criticam projeto contra Carnaval; Muito radical

Deputados de Mato Grosso criticaram, ontem quarta-feira (26), o projeto de lei do vereador Rafael Ranalli (PL), que propõe o fim do investimento público da Prefeitura de Cuiabá no Carnaval pelos próximos 4 anos.

 

O deputado Júlio Campos (UB) chamou a proposta de Ranalli de "radical" e defendeu a importância econômica do Carnaval para a capital mato-grossense. 

 

"Muitos estados brasileiros vivem da economia do Carnaval como força de reforço de caixa. Aqui, em Cuiabá, nós sempre tivemos a tradição do Carnaval de rua", afirmou o deputado. "Não pode o radicalismo. O vereador Ranalli, com todo o respeito que merece, está sendo um pouco radical de querer proibir os 4 anos, isso é inviável. A Secretaria de Cultura existe para quê?", completou. 

Juca do Guaraná (MDB) também enxerga radicalidade no projeto. Ele afirmou que o recurso destinado ao Carnaval é específico da pasta de cultura, isto é, não interfere em outras áreas, como saúde e educação.

 

"O recurso que vai para o Carnaval, é um recurso já para a cultura, né? É um recurso já destinado para a cultura", ressaltou.

 

O deputado Diego Guimarães (Republicanos), que apontou inconstitucionalidade no texto, em razão do orçamento ser definido pelo poder executivo, e não pelo legislativo. 

 

"É um projeto inconstitucional. A questão orçamentária, quem define é o poder executivo. Conheço o Ranali, admiro, acho que ele quer levantar essa bandeira de austeridade orçamentária nesse momento de crise que Cuiabá está vivenciando, mas é um projeto inconstitucional. Isso certamente vai ser barrado na CCJ na Câmara Municipal", explicou.

 

Já Eduardo Botelho (UB) reforçou o aspecto econômico e social do Carnaval.

 

"O Carnaval é uma festa popular, uma festa nacional. Não tem sentido você vetar recurso público para isso. Você viu quantos que o Rio de Janeiro, por exemplo, vai movimentar? Quantos bilhões que vai ser movimentado lá? Então, isso faz parte, inclusive, da nossa economia", disse. 

 

Paulo Araújo (PP) foi outro deputado que se posicionou contra o projeto. Ele defendeu o investimento em diferentes manifestações culturais, como o Carnaval e festas religiosas, por exemplo.

 

"Dá perfeitamente para se conviver com todos. Eu defendo as movimentações religiosas, eu sou evangélico, como eu defendo também o Carnaval. Cada um no seu quadrado. O Carnaval movimenta a economia, ele alegra uma parte da população. Nós estamos falando de um evento folclórico, cultural de anos, onde o Brasil é referência", afirmou.

 

O próprio Ranalli confessou que o projeto possui uma veia conservadora. "Foi para isso que fui eleito", ele chegou a exclamar.

Fonte: gazetadigital

Autor: Silvano Costa - Especial para o GD FOTO Allan Mesquita/Montagem