O DEM e o MDB, os dois maiores partidos de Mato Grosso, irão terminar 2020 com rachas internos e com a possibilidade de saída de grandes lideranças. As desavenças entre os correligionários começaram nas eleições e ainda não têm previsão de acabar.
Com 48,2 mil filiados, o Democratas (DEM) viveu dias de tensão com o embate entre os irmãos Campos e o governador Mauro Mendes. O motivo: o apoio nas eleições para a vaga deixada no Senado com a cassação de Selma Arruda (Pode).
Enquanto Mauro queria apoiar Otaviano Pivetta (PDT) e depois acabou ficando com Carlos Fávaro (PSD), seu aliado da eleição anterior. No entanto, os irmãos Jayme e Júlio campos queriam uma candidatura do DEM ao Senado.
Inicialmente Júlio Campos lançou seu nome para a disputa, mas sem acordo quanto à uma candidatura da sigla, aceitou a proposta de Wilson Leitão (PSDB) para ocupar a suplência na chapa ao Senado.
Com esses dois lados opostos, os filiados votaram para que os correligionários pudessem apoiar o partido de preferência, deixando Mendes livre para demonstrar o apoio a Fávaro.
E com essa ligeira rachadura no DEM, o cacique do MDB, deputado federal Carlos Bezerra, fez um convite a Mauro: que ele aderisse ao DEM.
No entanto, o convite de Bezerra expõe o racha do MDB, partido do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, que é o maior rival político de Mauro Mendes.
Os problemas começaram quando Emanuel Pinheiro apoiou a candidatura do filho, o deputado federal Emanuelzinho (PTB) para a Prefeitura de Várzea Grande, o que causou problemas com Bezerra, já que o apoio do MDB na Cidade Industrial era sempre do lado de Jayme Campos.
Por causa de Emanuelzinho, Bezerra fez críticas a Pinheiro e nem mesmo chegou a subir no palanque do prefeito de Cuiabá durante a eleição. Como se já não bastasse esse problema, Emanuel Pinheiro conseguiu mais uma desavença dentro do partido: a deputada estadual Janaina Riva.
Isso porque ao ser citado na delação do pai da deputada, o atual presidiário José Riva, Emanuel se defendeu afirmando que o "bandido" teria que provar o suposto recebimento de propina de R$ 3 milhões.
As críticas ao pai fizeram Janaina romper com Emanuel e declarar apoio a Roberto França (Patriota). Emanuel e Janaina eram próximos desde 2014, quando foram eleitos para a Assembleia Legislativa.
Com os laços estremecidos no MDB e poucos dias após Bezerra ter convidado Mauro Mendes para se filiar ao MDB, Emanuel recebe o convite do PTB partido do filho, Emanuelzinho. Apesar de negar a saída, Emanuel Pinheiro teria a chance de retomar a liderança política - já que Janaina foi eleita presidente do MDB em Cuiabá - e também de voltar a ditar as regras do jogo.
Fonte: gazetadigital
Autor: Thalyta Amaral Reprodução/Montagem