O ex-deputado estadual Dilceu Dal’Bosco ofereceu imóveis em caução para substituir o bloqueio de R$ 22,4 milhões em suas contas bancárias.
O ex-parlamentar teve as contas bloqueadas pelo juiz Bruno D’Oliveira Marques, da Vara de Ação Civil Pública e Ação Popular de Cuiabá, em outubro do ano passado em uma ação por ato de improbidade administrativa proposta pelo Ministério Público Estadual (MPE).
O MPE acusa o ex-deputado de receber 4,1 milhões de “mensalinho” entre os anos de 2003 e 2011 através de desvios de recursos públicos da Assembleia Legislativa.
Em despacho publicado nesta terça-feira (9), o magistrado deu prazo de 15 dias para Dilceu comprovar a propriedade dos imóveis, mediante a juntada de matrícula atualizados.
Não há informações de quantos imóveis foram oferecidos pelo ex-parlamentar, tampouco os valores, já que o processo tramita em segredo de Justiça.
A ação
A ação tem como base informações contidas nas delações do ex-governador Silval Barbosa e do ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva.
Conforme o MPE, o ex-governador afirmou em delação - fechada com o Ministério Público Federal e homologada pelo Supremo Tribunal Federal – que deputados estaduais, entre eles Dilceu, receberam um “mensalinho” entre os anos de 1999 e 2012.
A propina vinha de desvio de recursos públicos da própria Assembleia, por meio de contratos firmados com empresas, que devolviam 15% a 25% dos valores que lhes eram pagos no contrato e de 30% a 50% nos aditivos.
O "retorno" era entregue pelas empresas diretamente a Silval e ao então deputado estadual José Riva, cabendo a ambos repassarem a propina aos demais deputados através do "mensalinho”,
Silval Barbosa ainda relatou que, em algumas oportunidades, houve atraso no pagamento dos retornos por parte dos prestadores de serviço da Assembleia, fato que obrigou ele e José Riva a buscar empréstimos junto aos empresários Valdir e Valcir Piran com o fim de manter o pagamento dos “mensalinhos” aos deputados estaduais.
Segundo o MPE, as informações de Silval foram confirmadas por José Riva em sua delação.
Fonte: midianews
Autor: THAIZA ASSUNÇÃO DA REDAÇÃO Foto Divulgação