Apesar dos sinais de desaceleração econômica, 78% das negociações trabalhistas com data-base no mês de janeiro resultaram em ganho real (acima da inflação) para os trabalhadores, de acordo com dados do Salariômetro divulgados neste sábado (25) pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Há um ano, em janeiro de 2022, essa proporção tinha sido de apenas 29%.
O reajuste mediano de janeiro ficou 1,1 ponto acima do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que fechou janeiro no acumulado dos 12 meses em 5,9%. Nos últimos 12 meses, isso ocorreu apenas três vezes: em outubro e dezembro, de 2022, e agora, em janeiro de 2023.
O mês de janeiro registrou a menor proporção de reajustes abaixo do INPC, de 7,1%. Outros 14,92% das negociações tiveram variação igual ao índice utilizado para corrigir o poder de compra dos salários.
"A prévia de fevereiro aponta na mesma direção: 85,7% dos reajustes ficaram acima do INPC. A projeção da inflação para o primeiro semestre indica ampliação do espaço para a manutenção de ganhos reais nos reajustes salariais", destaca o Salariômetro.
A pesquisa revela ainda que o reajuste mediano recebido pelos profissionais foi de 7%. Com a variação, o piso salarial ficou em R$ 1.500 em janeiro. Para fevereiro, a prévia do indicador aponta para uma repetição do padrão, com reajuste mediado de 6,9% e estima que o piso salarial mediano ficque em R$ 1.477.
No acumulado dos 11 primeiros meses do ano, apenas os trabalhadores da indústria de joalheria (+0,76%), vigilância e segurança privada (+0,2%), confecções e vestuários (+0,1%), outros serviços (+0,2%) e reparação de eletroeletrônicos (+0,2%) tiveram reajustes acima da inflação.
Fonte: R7