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01 de Fevereiro de 2021

Vetos polêmicos do Governo vão ao plenário da AL esse mês de fevereiro

Vetos polêmicos do Governo vão ao plenário da AL esse mês de  fevereiro

Dois vetos do Governo do Estado a projetos polêmicos aprovados pela Assembleia Legislativa devem entrar em pauta na Casa de Leis na segunda semana de fevereiro.

 

Tratam-se do Projeto de Lei Complementar (PLC) 36/2020, que trata da ampliação da faixa de isenção previdenciária a aposentados e pensionistas, e o Projeto de Lei (PL) 971/2020, que dispõe sobre a Revisão Geral Anual dos servidores do Judiciário.

 

Os dois projetos foram alvo de discussões polêmicas no plenário e foram aprovados no final do ano passado. A previsão entre a maior parte dos parlamentares é de que ambos os vetos sejam derrubados no plenário.

 

Na semana passada, o presidente da AL, deputado Eduardo Botelho (DEM), afirmou que caso a derrubada dos vetos ocorra, já prevê um longo imbróglio judicial em torno dos dois temas, uma vez que o Governo deve acionar a Justiça para impedir que as duas medidas passem a valer.

 

Decisão jurídica não é uma ciência exata, é interpretação. Um jurista avalia de uma forma, outro avalia de outra e isso aí vai desaguar lá no STF

Botelho garantiu, porém, que caso isso se estabeleça, a Procuradoria da Assembleia Legislativa irá defender a decisão do plenário na Corte Superior. 

 

“Decisão jurídica não é uma ciência exata, é interpretação. Um jurista avalia de uma forma, outro avalia de outra e isso aí vai desaguar lá no STF [Supremo Tribunal Federal] e lá que será decidido”, disse, na ocasião.

 

PLC 36

 

De autoria do deputado Lúdio Cabral (PT), o projeto amplia a isenção da alíquota previdenciária a aposentados que recebem até o teto do INSS, que hoje é de R$ 6,1 mil.

 

Atualmente, os aposentados e pensionistas do  executivo estadual que recebem acima de R$ 3 mil são taxados com 14% de contribuição previdenciária .

 

Ao vetar, o governador Mauro Mendes (DEM) seguiu o parecer da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), que cita “vício de iniciativa, por se tratar de norma cuja competência é exclusiva do governador do Estado”.

 

A PGE ainda salientou a “inconstitucionalidade da matéria, por instituir ato que configura renúncia de receita, sem, em contraponto, apresentar previsão de estimativa de impacto orçamentário-financeiro”.

 

Lislaine dos Anjos/MidiaNews

Dilmar Dal Bosco

Líder do Governo na AL, deputado Dilmar Dal'Bosco, que já havia criticado a aprovação da PLC 36/2020

O deputado Dilmar Dal’Bosco (DEM), líder do Governo na AL, já havia dito que, caso a PLC fosse mantida, o rombo da Previdência – que já havia reduzido de R$ 62 bilhões para R$ 28 bilhões após a reforma – chegaria a R$ 35 bilhões ao longo dos próximos 35 anos, o que é totalmente inviável aos cofres públicos.

 

RGA ao Judiciário

 

Ao vetar o pagamento de RGA aos servidores do Judiciário, o Governo do Estado apontou ser impedido pela Lei Complementar Federal nº 173/2020, que proíbe os Estados, municípios e União de conceder qualquer tipo de reajuste aos servidores públicos.

 

 Caso o Estado de Mato Grosso descumpra a lei, o Executivo será obrigado a devolver aos cofres do Governo Federal valor superior a R$ 1 bilhão.

 

 Além disso, o processo legislativo em que se pretenda conceder a revisão geral anual deve ser iniciado apenas pelo chefe do Poder Executivo, no caso o governador, conforme entendimento consolidado do Supremo Tribunal Federal. Portanto somente o governador poderá encaminhar lei propondo reajustes.

Fonte: midianews

Autor: LISLAINE DOS ANJOS DA REDAÇÃO Foto Fablicio Rodrigues/ALMT