A Secretaria de Estado de Saúde (SES) tem pedidos de transferência de pacientes de Rondônia para leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Cuiabá. A fila no estado é de 50 doentes e o governo de lá busca vagas em outros estados. O secretário de Saúde, Gilberto Figueiredo, afirmou na manhã desta segunda-feira (25), que há demanda, mas não especificou a quantidade, e deve decidir sobre o recebimento nas próximas horas.
Em entrevista à rádio Vila Real, o secretário de Saúde afirmou que o Estado analise se será possível receber pacientes de outros estados, tendo em vista que o nível de ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) tem aumentado nas últimas semanas e já ultrapassou os 70%.
“Num primeiro momento a regulação é setorial. Mas vemos que há pacientes do Amazonas sendo transferidos para outros estados. O leito e a transferência são patrocinados pelo SUS, que olha para o painel e vê onde tem vaga para esse paciente.
"Ele faz a solicitação dessa vaga a nível estadual. É possível que isso ( recebimento de pacientes) aconteça, mas se vai acontecer não posso assegurar no momento. Já recebi extraoficialmente uma demanda sobre isso, mas vamos decidir nas próximas horas. Parece que lá há uma fila de 50 pacientes esperando por uma vaga de UTI. Há demanda para se Mato Grosso pode receber um certo número de pacientes”, afirmou Figueiredo.
O gestor explicou que o estado ainda tem cerca de 100 vagas de UTI’s disponíveis, mas frisa que na atual situação não há como ficar tranquilo. É preciso cuidado para evitar que Mato Grosso chegue ao colapto semelhante a outros locais.
Outra preocupação é sobre o abastecimento de oxigênio para os hospitais, já que a mesma empresa que abastece o Amazonas, a White Martins, é a que tem cotnrato com o governo de Mato Grosso. Nos próximos dias o governador Mauro Mendes (DEM) irá se reunir com o diretor da White Martins para discutir se há capacidade de suprir as necessidades.
“Ficar tranquilo não é bem o termo usado, tudo precisa de atenção especial. Hoje não falta oxigênio em nenhum dos nossos hospitais. Agendei para amanhã com o CEO da White Martins, no gabinete no nosso governador. Também para que o governador analise se teremos tranquilidade quanto a isso e também se a empresa garante fornecimento caso precise”, relatou.
Gilberto Figueiredo ressalta que a vacina é o único caminho no momento e incentiva que todos se vacinem quando chegar sua vez. Também ressalta que ainda é preciso manter todos os cuidados para evitar que o contágio pelo novo coronavírus avance ainda mais.
“Precisa ter medo sim. Agora posso dizer de carterinha, quase perdi a vida para a covid. Sei como é estar lá. É muito angustiante. A taxa de mortalidade é alta sim, a UTI é uma última chance de salvar a vida da pessoa. É importante que a população entenda que se a gente colapsar não vai ter UTI para todo mundo. Temos cerca de 100 disponíveis. A rede privada não tem mais. O que acontece em Amazonas e em Rondônia é uma fila de gente esperando para morrer porque não tem vaga”, alerta.
Figueiredo afirma que o momento é de agir com responsabilidade e pensar na coletividade. Manter cuidados para não se contaminar, bem contaminar outras pessoas.
“A vacina é nossa redenção. Não apostar nela é um absurdo, é não ter amor à vida. Aqueles que estiverem sendo chamados para vacinar, se vacine”, convoca.
Fonte: gazetadigital
Autor: Jessica Bachega Foto Christiano AntonuccI