Mato Grosso está prestes a colher uma safra histórica, estimada em 98,8 milhões de toneladas de grãos, segundo dados da Conab. O montante é 3 vezes superior ao que será colhido em toda região Sudeste e tem 10 milhões de toneladas a mais que produção da região Sul, a segunda maior produtora nacional de grãos. Toda essa grandeza é resultado de uma combinação de fatores que inclui clima, tecnologia, investimento e trabalho, muito trabalho.
Os últimos anos não foram fáceis para os produtores rurais. Desde 2022, os preços das principais commodities vêm registrando queda nos preços. Na temporada 23/24, fenômenos climáticos, como EL Niño, tiveram impacto direto na produtividade. Para se ter uma ideia, de acordo com o Imea, a produtividade média da soja passou de 62 para 52 safras por hectare entre as temporadas 22/23 e 23/24.
Como se não bastasse isso, após os produtores acumularem perdas, o governo federal anuncia a suspensão do Plano Safra justamente no momento em que os produtores colhem a primeira safra e se preparam para o plantio da segunda etapa. Ou seja, justamente quando os produtores poderiam recuperar parte das perdas acumuladas nos últimos anos, uma decisão política que pode colocar em risco a esperada colheita.
Atualmente, grande parte dos custos da produção agropecuária no Brasil não depende do governo. De acordo com a Frente Parlamentar da Agropecuária, quase R$ 1 trilhão são aportados pela iniciativa privada.
Porém, é de conhecimento de todos, as inúmeras contribuições do agronegócio para o país. Em 2024, por exemplo, as exportações do agronegócio brasileiro atingiram US$ 164,4 bilhões, montante que representa 49% do total exportado pelo país. No Brasil, de acordo com a CNA, quase 30 milhões de pessoas trabalham de forma direta no agronegócio e o valor total da produção agropecuária foi de R$ 1,2 trilhão ano passado.
Como disse lá em cima, apesar de todas as adversidades, os produtores rurais do Brasil são exemplos para todo o mundo pela superação e investimento em tecnologia. O crescimento da produção e da produtividade desafiam até os países mais desenvolvidos. E olha que temos uma das legislações ambientais mais conservacionistas do planeta.
Isso é possível porque dia após dia produtores, pesquisadores e empresários investem em conhecimento e tecnologia para ampliar a produtividade de forma legal e legítima.
E a Norte Show é hoje um desses polos de concentração e multiplicação de conhecimento. Este ano, mais de 70 mil pessoas devem passar pelo evento entre os dias 14 e 17 de abril e os negócios deverão superar a marca de R$ 4 bilhões.
Realizada no município de Sinop, em Mato Grosso, a Norte Show se tornou um verdadeiro hub de tecnologia e um espaço de troca de experiência entre produtores, investidores, pesquisadores e agentes públicos.
*Moisés Debastiani é produtor rural, presidente da ACRINORTE, entidade responsável pela realização Norte Show 2025, em Sinop
Fonte: Assessoria de Imprensa
Autor: Moisés Debastiani, presidente da ACRINORTE