Com 119 óculos prescritos, o projeto De Olho no Futuro bate recorde em atendimento e finaliza as suas ações em 2021. Ao todo 2.500 crianças foram triadas. Após a execução do projeto foi constatado que os problemas de visão nos alunos do 1° ano do ensino fundamental, de escolas públicas municipais, aumentaram cerca de 30%.
O professor universitário e médico oftalmologista, Douglas Yanai, destaca que os dados foram identificados a partir de um comparativo de 2019 (ano em que foi realizada a 5° edição) com 2021, já que em 2020 as ações não puderam ser desenvolvidas em decorrência da pandemia da Covid-19.
“Dentre as crianças triadas nós identificamos cerca de 300 alunos com alguma queixa oftalmológica. Durante os exames encontramos, além dos erros de refração, que foram corrigidos com a entrega dos óculos, crianças com cicatrizes de toxoplasmose, conjuntivite alérgica, estrabismo, entre outras alterações. Todos os diagnósticos, na medida do possível foram tratados, proporcionando a preservação da saúde ocular das crianças”, pontuou Yanai.
O aumento não é por acaso, um estudo divulgado pela revista científica de medicina Journal of the American Medical Association (JAMA), previa que o aumento do contato das crianças de 6 e 8 anos com as telas, representaria risco para a saúde ocular. Devido a pandemia os problemas de visão triplicaram em 2020, quando comparados ao mesmo período entre 2015 e 2019.
A revista Nature também realizou um estudo, e reforçou que a exposição constante à iluminação artificial dos eletrônicos pode ser nociva e causar danos irreversíveis para a visão. O ensino em casa durante a pandemia, de acordo com a mesma pesquisa, aumentou a taxa de progressão da miopia em crianças, em comparação com os anos anteriores.
“Esse contato com as telas está cada vez mais presente na vida de todos, principalmente na vida das crianças, isso faz com que o nosso trabalho seja ainda mais importante nos próximos anos, não só com os exames e triagens, mas também com o alerta para os pais”, finalizou o oftalmologista.
De Olho no Futuro
Ao longo das 6 edições, o projeto De Olho no Futuro já examinou cerca de 12 mil crianças de escolas públicas em Sinop. “O saldo final é sempre positivo, é muito gratificante ver a alegria no rosto das crianças ao serem atendidas. Com os óculos, muitas vezes passam a enxergar de forma nítida, mais clara. O que possibilita o desenvolvimento de todo o seu potencial”, afirmou o professor universitário e médico oftalmologista, Douglas Yanai.
Além da pandemia, outro desafio encontrado pela equipe organizadora, foi a quantidade de colaboradores necessários para a execução do projeto. O também idealizador e professor da UFMT, Mário Sugizaki, ressaltou a importância dos mais de 80 professores e acadêmicos envolvidos.
“Dividimos as realizações dos exames também em 4 dias, para evitar uma aglomeração de crianças, isso demandou muita equipe. Hoje na entrega podemos ver não só a alegria, mas a satisfação de poder estar recebendo o óculos e enxergar. É um projeto que tem uma bagagem muito grande então em 2022 vamos dar continuidade, além da importância temos parceiros para ajudar”, finalizou Sugizaki.
As ações são realizadas pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em parceria com o Hospital e Maternidade Dois Pinheiros, Rotary, Prefeitura de Sinop, Estação das Motos, Guaporé Vidros, JMD Urbanismo, Laboratório Santa Mônica, Meridional FM, Nova Mineração, Óticas Carol, Sicredi, Unicred e Unimed.
Fonte: BW Comunicação
Autor: Julia Briante- BW Comunicação